Vocês querem ouvir uma história real? Porque eu adoro histórias reais, principalmente quando é sobre relacionamentos. Essa que vou contar é para todas nós entendermos qual é o limite do amor, o que estamos deixando de fazer ou fazendo demais.
A Joana – vamos chamar ela assim, ok? – era uma garota apaixonada que achava seu namorado um máximo. Certo dia, nesses em que ela via corações até em cima de árvores, ela resolveu falar da sua felicidade para uma amiga. Dizia o quanto ela estava feliz e como o amava. Tudo bem até aí, certo? A felicidade é dela e ela não precisa provar isso para ninguém.
Só que a amiga, animada e feliz pela a outra, não viu a mesma felicidade nas palavras que estavam naquela conversa mostrada. Era totalmente vazia. Falavam vários nada. O tipo de conversa que eu tenho com parentes distantes. Perguntas frequentes, “tudo bem?”, “como foi seu dia?”, “estudou muito hoje?”, e mais nada. E tudo parava. E a conversa se repetia.
Vem cá, hoje em dia vocês se apaixonam pelo o quê?
Porque aquilo pra mim não parecia nada além de uma conversa monótona com um desconhecido. E sabe o que mais? O pior não é nem isso, é ele ainda ser super grosso com ela. É ela AINDA continuar enviando corações depois da grosseria. Mesmo ele praticamente gritando que não se importava, que ela não era tudo isso… Foi isso que me deixou triste. Não foi a falta de assunto ou a incrível repetição de perguntas. Até um ponto podemos considerar isso normal. Certo? Até porque todo mundo aqui já teve um dia assim no seu relacionamento. Mas todo dia? Não. NÃO. Se é amor, tem que ser mais que isso.
Devíamos nos apaixonar pelas palavras ditas, pelos gestos feitos, pelo carinho demonstrado, e não pela falta que tudo isso demonstra. Tudo o que faz falta, faz mal e se faz mal, por que deveríamos continuar fazendo?
É algo para se pensar, não é mesmo?
Nós não devemos nos apaixonar só porque o cara é bonito e ele foi legal com a gente, não podemos ver amor em algo que pode representar abuso, porque abuso não é só fisicamente, é principalmente psicologicamente. “Mas nós nos apaixonamos, Kézia”, e eu te pergunto, até onde você acha que dura uma paixão? Você está apaixonada por ele ou pelo o que ele representa para você? Você está apaixonada pela pessoa que ele é ou por essa ilusão de conseguir fazer com que ele se torne uma pessoa melhor? Você está apaixonada pelo hoje? Pelo o que está vivendo agora? Ou pelo o que pode viver com ele futuramente? Quando ele melhorar…
Vocês não devem se apaixonar pelo vazio. Ele pode nos consumir igual ao amor e nos fazer pensar que estamos felizes.
Se apaixone, mas não rápido. Não ao ponto de trazer feridas que não conseguirá curar. Se apaixone e transforme isso em um amor, mas não crie a ilusão da mudança. Você devem se apaixonar, hoje, amanhã, na semana que vem, pela mesma pessoa, por uma pessoa diferente, mas precisam saber diferenciar tudo isso. O amor e a paixão. O real e a ilusão. Não sejam iguais a Joana, porque sei que ela habita um pouquinho em cada um de nós. A Joana é a nossa expectativa em um relacionamento sem frutos, ou futuro.