Todos os meus desejos parecem demasiado fantasiosos, eu sei. Pelo menos é isso o que você diz, às vezes sorridente, já em outras tantas impaciente. Não aquele tipo de impaciência maldosa, mas aquela da mãe ignorando por um momento o filho ao pedir um doce antes do almoço. E com razão, sei que sou a tal “chata de galocha” que você fala sorrindo e querendo me abraçar.
Cá estou eu, com o que penso ser uma vidinha mais ou menos, e só de sentir esse turbilhão de desejos e ver as realizações dali a mil léguas de distância, sinto preguiça dos dias.
Você já me conhece, sabe que eu não poderia falar muita coisa legal antes de fazer drama. Voltando aos sentimentos. É difícil falar também porque sou um tantinho exigente comigo, no fim das contas fico divagando e o que eu queria dizer fica ali perdido não sei aonde. É difícil também porque tenho um balaio de ideias na cabeça, mas não as organizo como devo ou não acredito suficientemente que consigo as organizar.
Mas você está aqui, sempre. Se alguma vez não acreditou no que posso fazer, você fingiu muito bem. Sempre me servindo de apoio, sempre sendo o melhor cara que conheci no mundo todo.
Pro bem ou pro mal você sempre está aqui. É meu suporte, meu amigo, meu psicólogo, o melhor ouvinte, o melhor conselheiro, o abraço mais aconchegante, o olhar mais verdadeiro. Suporta todas as minhas reclamações, conforta todas as minhas dores, aceita todas as minhas críticas, muitas vezes infundadas.
Ainda procuro em mim algum mérito pra ter você aqui comigo. Se ele existir mesmo, me mostra?