A noiva havia se preparado muito para aquele dia e estava realmente linda! Chegara o grande dia do casamento!
Ela se olhava no espelho com olhar radiante se admirando. Por um breve momento ficou sozinha no quarto: ela e o espelho. O vestido, não haveria melhor pessoa para fazê-lo do que ela mesma: todo em crochê e produzido durante muitos meses! Estava orgulhosa do feito e da escolha do marido. Enquanto se olhava, fazia uma verificação mental de tudo o que era necessário para aquele dia:
“Convites entregues?” Um exaustivo “Siiiim”. Foi desafiante a entrega dos convites pois a família era muito grande e os noivos tinham muitos amigos. “Sapatos? Ok!” ; “Vestido? Lindo!!! Ok!”; “Maquiagem e penteado? Me sinto uma princesa!”; “Bouquet de flores do campo? Pronto!” “Bombons para os convidados? Sim, estão com mamãe!” O irmão iria levá-la à capela e já havia chegado! “Damas? Espero que não se atrasem”…
Seria uma cerimônia muito simples, na capela localizada no bairro onde morou durante a infância. Haveria na casa dos sogros uma pequena recepção, preparada pela família do noivo.
O noivo também estava impecável. Fez a barba, vestiu o terno cinza, passou o perfume, pegou o sapato engraxado e também fez sua verificação mental do que deveria fazer:
“Alianças? Ela me mata se eu esquecer” e”Chaves do fusca”. Sim! O noivo iria dirigindo seu próprio carro. “Pronto! Tudo Certo!”
“Sinto que estou esquecendo algo”.
O noivo saiu de casa atrasado, seguindo a tradição familiar, mas às 18 horas estava na porta da igreja e lhe acompanhava o sentimento de esquecimento. “O que será que esqueci?”. Refez a verificação mental e se tranquilizou e se certificou que tudo estaria nos conformes.
Tudo pronto! Os padrinhos entraram e logo após o noivo, ao som de Bolero de Ravel. Eis que num estalo “Onde está o fotógrafooooo?!”. O noivo se lembrou do que havia esquecido. O noivo ficou encarregado de buscar o fotógrafo antes do casamento. “O que vou fazer? Ela vai me matar se não tivermos fotografias”.
Ao chegar no altar, entregou a chave a um dos padrinhos e lhe atribuiu a incumbência de buscar o fotógrafo na velocidade da luz.
A noiva entrou logo após, não havia fotógrafo, mas ela em toda sua alegria não pode conter a emoção ao ver seu noivo lindo no altar lhe esperando.
E qual foi o desfecho? Bem, o fotógrafo chegou ao final do casamento, sendo assim alguns momentos foram perdidos. A saída foi fotografada e momentos importantes como troca das alianças e assinatura do livro de testemunhas foram clicados. Os noivos, padrinhos e casais de daminhas e pajens simularam a entrada e fotos foram tiradas.
Nada pôde estragar o brilho desta noite!
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Essa história é baseada em fatos reais, sendo que o casamento foi realizado em setembro/1984. Mesmo sendo uma história de 30 anos atrás, nos trás algumas lições. Primeira lição: Ao programar seu casamento não economize no check list. Faça um check list para o dia para que nada fique para trás. Segunda lição: distribua funções entre familiares e amigos. Escolha pessoas de confiança e atribua funções! Terceira, e mais importante lição: quando algo não sai conforme o esperado para o grande dia não se martirize e não se entristeça, afinal, vocês se prepararam muito para este dia lindo! Curta, se emocione, viva intensamente este dia e não deixe nada estragar a felicidade destes momentos!